O Santo do Dia
Santos Irineu de Lyon e Papa São Leão II - 3 de Julho
Seleção Biográfica:
Dois santos são comemorados em 3 de julho: São Leão II, Papa e Confessor, e Santo Irineu de Lyon, Bispo e Confessor.
Papa São Leão II aprovou os Atos dos VI Concílio Ecumênico, que condenou a falta de zelo de alguém que, nas palavras do Santo, em vez de purificar a Igreja Apostólica, lhe permitiu ser contaminada por uma traição profana (século 7).
É também a festa de Santo Irineu de Lyon, a quem, de acordo com a oração da liturgia, Deus concedeu a graça para fulminar as heresias a fim de preservar a verdade da doutrina em sua luta contra os gnósticos no século II:
"Deus, qui Irenaeo Martyri atque Pontifici tribuisti, ut et veritate doctrinae expugnaret haereses, et pacem Ecclesiae feliciter confirmet." [Ó Deus, que concedeu a Irineu Vosso Mártir e Pontífice (Bispo), expurgar a heresia pela verdade de sua doutrina e confirmar com eficiência a paz na Igreja ...]
Comentários do Prof. Plinio:
Os senhores veem que os dois são santos, um Papa e outro Bispo, que viveram uma grande distância no tempo um do outro, uma vez que Santo Irineu viveu no século II e São Leão no século 7.
A grande distância, apesar do fato de que ao ouvimos sobre o 2º e 7º séculos, nós - que estamos no século 20 - temos a impressão de que os 2º e 7º séculos não estavam tão distantes, algo que parece acontecer quando nós olhamos muito para trás no tempo. Mas, na realidade, podemos calcular o intervalo que isso representa imaginando o que 500 anos no passado significariam para nós agora.
Ou seja, a distância cronológica entre esses dois séculos é mais ou menos o que existe entre a descoberta do Brasil e o Brasil atual. Podemos então entender a distância no tempo entre esses dois santos.
Apesar de tal distância de lugar, tempo, época e, acima de tudo, tão distante de nós, a Liturgia eleva essas duas figuras e as reúne no dia 3 de julho para a veneração dos fiéis. As duas figuras são alçadas juntas, tendo uma característica comum, que é a seguinte:
Eles lutaram contra heresias, expulsaram os hereges de dentro da Igreja. Segundo a Liturgia, eles vingaram a honra da Igreja porque a heresia tentou manchar a sua honra, que é imaculada. Por esse motivo, a honra da Igreja exigia a expulsão dos hereges.
Exigia que a heresia fosse expurgada, pois não pode haver coexistência pacífica, coabitação normal entre o bem e o mal, verdade e erro. Isso nunca é permitido, mas, acima de tudo, não pode estar dentro da Igreja Católica, que é por excelência a montanha sagrada da verdade e da bondade, que repele de si mesma, com horror, quem defende o erro e o mal.
Alguns podem protestar dizendo: Mas onde está o papel da misericórdia nessa posição? De fato, a Igreja tem muita misericórdia e ela não expulsa quem reconhece que está errado, quem bate no peito e pede perdão por seus erros. Mas ela expulsa alguém que, dentro da Igreja, afirma que o bem é mal ou o mau é bom, alguém que se esforça para espalhar o mal dentro da Igreja.
A Igreja expulsa essa pessoa com horror por dois motivos: primeiro, porque causa a perda de almas dentro da Igreja; segundo, por uma razão mais alta, que é sua oposição fundamental àqueles que espalham a heresia; ela não pode tolerar ao seu lado aqueles que fazem isso.
Isso deriva, em última análise, da natureza do princípio da contradição. Tudo o que está vivo, pelo próprio fato de estar vivo, tem horror ao que é contrário a ele e com toda a força de sua vitalidade repele o que é contraditório.
E a Igreja, cuja vida é eterna, perene e sobrenatural, tem horror constante do que é contrário a ela. Assim, é de sua própria natureza ejetar de si mesma hereges, jogar fora o que é o próprio espírito maligno.
Se as autoridades da Igreja se mostram preguiçosas, ou lentas em repreender o mal, isso significa que seus filhos ou seus representantes têm uma fé em estado de declínio, em estado de sol minguante. Pois, quando a fé declina, começa a envelhecer, a murchar e depois se tornar estagnada e se decompor, eles não sentem mais essa incompatibilidade fundamental com aquilo que lhes é contrário.
Assim, entendemos por que a Igreja insiste na liturgia - o que foi citado para os senhores são trechos da liturgia - quando, em uma festa do santo, ela canta a glória dele, e o chama de Pontífice a título de glória, o bispo-santo que expulsou o mal da Igreja.
A Igreja diz do Papa São Leão II: "Ele teve a graça de expurgar da Igreja um homem que maculou a Igreja Imaculada." Qual é a razão para isto? Claramente, é porque a Igreja quer mostrar da maneira mais clara possível que a virtude e a autenticidade da Fé se opõem ao compromisso que é tão frequentemente visto hoje.
Essas palavras da liturgia se relacionam com a vida de São Leão II. Este pontífice aprovou as atas do VI Concílio Ecumênico, que condenou a falta de zelo de quem, em suas palavras, em vez de purificar a Igreja Apostólica, permitiu que o Imaculado fosse contaminado por uma traição profana.
Quem era aquele sobre quem o Papa Leão II estava falando? Foi o Papa Honório. O Papa São Leão II disse de fato isso sobre seu antecessor Honório.
São Leão II deve ter experimentado uma tremenda dificuldade ao viver à época de um Papa herege. Com efeito, enquanto papa alguns anos depois, Leão II, em um Concílio condenou seu antecessor. Os senhores entendem os dias muito difíceis em que São Leão II viveu.
Leia mais sobre a condenação do Papa Honório pelo Papa Leão II aqui.
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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Dois santos são comemorados em 3 de julho: São Leão II, Papa e Confessor, e Santo Irineu de Lyon, Bispo e Confessor.
Papa São Leão II aprovou os Atos dos VI Concílio Ecumênico, que condenou a falta de zelo de alguém que, nas palavras do Santo, em vez de purificar a Igreja Apostólica, lhe permitiu ser contaminada por uma traição profana (século 7).
É também a festa de Santo Irineu de Lyon, a quem, de acordo com a oração da liturgia, Deus concedeu a graça para fulminar as heresias a fim de preservar a verdade da doutrina em sua luta contra os gnósticos no século II:
Papa São Leão II (m. 683) e Santo Irineu (130-202)
Comentários do Prof. Plinio:
Os senhores veem que os dois são santos, um Papa e outro Bispo, que viveram uma grande distância no tempo um do outro, uma vez que Santo Irineu viveu no século II e São Leão no século 7.
A grande distância, apesar do fato de que ao ouvimos sobre o 2º e 7º séculos, nós - que estamos no século 20 - temos a impressão de que os 2º e 7º séculos não estavam tão distantes, algo que parece acontecer quando nós olhamos muito para trás no tempo. Mas, na realidade, podemos calcular o intervalo que isso representa imaginando o que 500 anos no passado significariam para nós agora.
Ou seja, a distância cronológica entre esses dois séculos é mais ou menos o que existe entre a descoberta do Brasil e o Brasil atual. Podemos então entender a distância no tempo entre esses dois santos.
Apesar de tal distância de lugar, tempo, época e, acima de tudo, tão distante de nós, a Liturgia eleva essas duas figuras e as reúne no dia 3 de julho para a veneração dos fiéis. As duas figuras são alçadas juntas, tendo uma característica comum, que é a seguinte:
A Igreja, Fortaleza da Verdade, defendida pelo Papa, prelados, teólogos
Exigia que a heresia fosse expurgada, pois não pode haver coexistência pacífica, coabitação normal entre o bem e o mal, verdade e erro. Isso nunca é permitido, mas, acima de tudo, não pode estar dentro da Igreja Católica, que é por excelência a montanha sagrada da verdade e da bondade, que repele de si mesma, com horror, quem defende o erro e o mal.
Alguns podem protestar dizendo: Mas onde está o papel da misericórdia nessa posição? De fato, a Igreja tem muita misericórdia e ela não expulsa quem reconhece que está errado, quem bate no peito e pede perdão por seus erros. Mas ela expulsa alguém que, dentro da Igreja, afirma que o bem é mal ou o mau é bom, alguém que se esforça para espalhar o mal dentro da Igreja.
A Igreja expulsa essa pessoa com horror por dois motivos: primeiro, porque causa a perda de almas dentro da Igreja; segundo, por uma razão mais alta, que é sua oposição fundamental àqueles que espalham a heresia; ela não pode tolerar ao seu lado aqueles que fazem isso.
Isso deriva, em última análise, da natureza do princípio da contradição. Tudo o que está vivo, pelo próprio fato de estar vivo, tem horror ao que é contrário a ele e com toda a força de sua vitalidade repele o que é contraditório.
Em nome da Igreja, soldados expulsam Albigenses do Castelo de Carcassone
Se as autoridades da Igreja se mostram preguiçosas, ou lentas em repreender o mal, isso significa que seus filhos ou seus representantes têm uma fé em estado de declínio, em estado de sol minguante. Pois, quando a fé declina, começa a envelhecer, a murchar e depois se tornar estagnada e se decompor, eles não sentem mais essa incompatibilidade fundamental com aquilo que lhes é contrário.
Assim, entendemos por que a Igreja insiste na liturgia - o que foi citado para os senhores são trechos da liturgia - quando, em uma festa do santo, ela canta a glória dele, e o chama de Pontífice a título de glória, o bispo-santo que expulsou o mal da Igreja.
A Igreja diz do Papa São Leão II: "Ele teve a graça de expurgar da Igreja um homem que maculou a Igreja Imaculada." Qual é a razão para isto? Claramente, é porque a Igreja quer mostrar da maneira mais clara possível que a virtude e a autenticidade da Fé se opõem ao compromisso que é tão frequentemente visto hoje.
Honório, um Papa condenado por sua heresia
Quem era aquele sobre quem o Papa Leão II estava falando? Foi o Papa Honório. O Papa São Leão II disse de fato isso sobre seu antecessor Honório.
São Leão II deve ter experimentado uma tremenda dificuldade ao viver à época de um Papa herege. Com efeito, enquanto papa alguns anos depois, Leão II, em um Concílio condenou seu antecessor. Os senhores entendem os dias muito difíceis em que São Leão II viveu.
Leia mais sobre a condenação do Papa Honório pelo Papa Leão II aqui.
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Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.