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O Santo do Dia

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São Pedro de Alexandria - 27 de Novembro

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

Primeiro: São Pedro era Bispo de Alexandria (300-311) na época das perseguições de Diocleciano e Maximinus Daia. Quando a primeira perseguição começou, ele estabeleceu penitências para aqueles cristãos que fizeram concessões aos perseguidores para salvar suas vidas. Eram cristãos que se intimidaram e cometeram a abominação de queimar incenso aos ídolos. Depois, em desespero, eles se voltavam para a Igreja para pedir perdão.

São Pedro de Alexandria redigiu um conjunto de normas estabelecendo penitências para aqueles que haviam prescrito para que pudessem reparar seus atos infames e ser readmitidos à fé.

Aos presos que sofreram prisão e tortura, mas depois desistiram da Fé, ele declarou que 40 dias de jejum eram necessários para ser purgados. Para aqueles que sofreram na prisão sem tortura, mas fizeram concessões, ele prescreveu um ano de penitência.

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A Criança avisa o Bispo para não perdoar Ário
Para aqueles que não sofreram nenhuma dessas coisas, mas desertaram apenas por medo e timidez, ele declarou que a parábola da figueira estéril lhes convinha. Se, depois de três anos, eles mostrarem bons frutos, trabalhos que os tornem dignos de penitência, então devem ser auxiliados.

Mas aqueles que permaneceram impenitentes ou desesperados deveriam sofrer o destino da maldita figueira, que foi cortada e jogada fora.

Segundo: Depois que Pedro de Alexandria foi preso e lançado na prisão, Ário ficou com medo de que o Santo morresse sem absolvê-lo. Ele pediu, então, aos principais membros do clero que intercedessem por ele perante o Bispo. Esses padres foram visitar São Pedro na prisão.

Depois da oração costumeira, prostraram-se diante dele e com gemidos e lágrimas beijando-lhe as mãos, imploraram-lhe, dizendo: “Bendito pai, pela excelência da sua fé, o Senhor lhe chama para receber a coroa do martírio. Portanto, o Sr. não acha certo, com sua piedade habitual, que deva perdoar Ário e estender sua indulgência às suas lamentações?”

O homem de Deus, comovido de indignação, erguendo as mãos ao Céu, exclamou: “Vocês ousam suplicar-me em nome de Ário? Tanto aqui como no outro mundo, Ário está banido para sempre e separado da glória do Filho de Deus, Jesus Cristo Nosso Senhor.”

Tomados de terror, os padres ficaram em silêncio, percebendo que o Bispo proferiu tal sentença contra Ário por inspiração divina.

Na verdade, São Pedro mais tarde chamou o Pe. Alexandre, seu companheiro na prisão, contou-lhe o motivo de sua severidade:

“A traição oculta de Ário supera toda iniquidade e impiedade. O que eu disse, não afirmei por mim mesmo. Pois ontem à noite, enquanto eu estava solenemente fazendo minhas orações a Deus e você estava dormindo, um Menino de cerca de 12 anos, cujo brilho de rosto eu não pude suportar, apareceu-me nesta cela, tornando-a radiante com uma luz intensa. Ele estava vestido com uma túnica de linho rasgada em duas partes, do pescoço aos pés.

“Nessa visão, fiquei estupefato de espanto. Quando consegui ousar falar, exclamei: 'Senhor, quem rasgou assim a tua túnica?'

“Ele me respondeu: 'Ário a rasgou.' E acrescentou: 'Por todos os meios, cuidado para não o receber em comunhão; pois amanhã os padres virão interceder por ele. Veja, portanto, que o Sr. não seja persuadido a consentir. Em vez disso, diga a Aquillas e Alexandre, os sacerdotes, que serão seus sucessores e governarão minha igreja, de modo algum para recebê-lo. Quanto a ti, muito rapidamente cumprireis a sorte de mártir.’”

Comentários do Prof. Plinio:

Em relação à primeira parte desta seleção, podem ver os tipos de penitências extremamente severas que a Igreja aplicava no passado. Essas penitências tinham um lado bonito, é que todas abriam caminho para o perdão. Exceto aqueles que se recusaram a se arrepender, para todos os outros foi aberto o caminho do perdão.

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Acima, uma jaula de pelourinho para humilhação pública em Regensburg; abaixo, máscaras de vergonha alemãs medievais para transgressões de fofocas, mentiras e atos 'porcos'

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Esta foi uma época em que havia penitências públicas, não apenas penitências privadas. Quando alguém dava escândalo público, para ser readmitido aos sacramentos, tinha que sofrer uma vergonha pública que correspondia ao mal que havia feito. Desta forma, a moralidade pública foi corrigida por essas penitências.

Se os senhores imaginarem esse costume continuando em nossos tempos, poderão perceber o caráter salutar que essa lei teria. Então, se essa prática fosse aplicada ainda hoje, teríamos o caso de uma estrela de cinema que viveu uma vida escandalosa atuando em filmes imorais e depois quis voltar aos Sacramentos.

Muito bem, ela seria recebida com toda a gentileza; mas, antes de ser readmitida à fé, deveria ler publicamente em todas as igrejas da Diocese onde reside um pedido de perdão a Deus e a todos aqueles quem ela escandalizou pelo mal que fez. Assim, a dignidade pública ofendida é restaurada e a grande ofensa à glória de Deus é reparada.

Isso foi na época em que as leis civis também tinham penas infames para crimes. Por exemplo, quando um homem e uma mulher foram apanhados em adultério, foram enrolados em cola e depois cobertos com penas de patos e galinhas. Neste estado ridículo o casal foi obrigado a caminhar pelas ruas centrais da aldeia onde viviam. Os jovens não perderiam a oportunidade de seguir o casal, zombando deles e jogando frutas e vegetais estragados neles.

Após essa humilhação, os culpados voltariam para suas casas ou se mudariam para outra aldeia para não serem obrigados a enfrentar o desprezo público por seus pecados. Com esse tipo de punição, a moralidade pública foi corrigida. Em tais condições, o perdão não significava um ato de fraqueza, mas um genuíno ato de bondade.

Quando este tipo de reparação pública era praticado simultaneamente pela Igreja e pela sociedade, a moral pública tinha força para punir todos aqueles que cometiam escândalos.

Hoje as coisas são muito diferentes. Alguém peca, os outros dizem: “Pobre homem, perdoemo-lo. Afinal, havia esses fatores atenuantes ...” Mais, eles dizem, “ai daqueles que o julgam, que falam mal dele, ou que atiram a primeira pedra.”

Ou seja, aqueles que representam a moral pública recebem todas as pedras que deveriam ser dirigidas aos escandalosos. Pode-se ver o quanto isso está errado e, assim, entender o valor das penitências públicas que a Igreja deu.

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Constantino ordenou a queima de todos os escritos de Ário como heréticos enquanto Ário ainda vivia
Com relação à segunda parte da seleção, os senhores veem que São Pedro de Alexandria foi preso e que havia um esforço sendo feito para induzi-lo a perdoar Ário antes de seu martírio. Obviamente, Ário desejava esse perdão com más intenções. Ele não teve nenhuma boa intenção de reforma ou qualquer arrependimento real. Ele estava planejando fazer mau uso desse perdão para enganar mais uma vez aqueles que permaneceram fiéis e arrastar um número maior deles consigo para a perdição.

Então, para evitar que aquele mal acontecesse, na noite anterior à visita dos padres, São Pedro recebeu uma aparição. O Menino Jesus apareceu a São Pedro de Alexandria com sua túnica rasgada ao meio em duas partes para mostrar a ele o que Ário havia feito à Sua Igreja, simbolizado por Sua túnica rasgada.

A criança disse a São Pedro: “Nem vós nem seus sucessores devem receber Ário.” Além disso, Ele declarou que para Ário não havia mais perdão. O mal que ele havia feito era tão grande que não havia mais perdão para ele. Aqui vemos quão longe a severidade divina pode chegar, mesmo com uma pessoa que ainda está viva.

Concluamos pedindo a São Pedro de Alexandria que nos dê o discernimento que recebeu dos maus e o amor às penitências rigorosas que estabeleceu.

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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A seção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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