Seleção Biográfica:
No século 6, o Papa São Gregório Magno enviou um grupo de missionários sob a autoridade de Santo Agostinho à Inglaterra, que era pagã. Ao chegar à Ilha, os apóstolos anunciaram sua chegada ao rei Etelberto de Kent, dizendo-lhe que trouxeram a mensagem de vida eterna. Por meio de sua esposa Berta, o soberano já havia ouvido falar da religião católica e prometeu receber o grupo em entrevista pública.
São Gregório Magno enviou monges aos anglo-saxões
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Os monges chegaram em procissão carregando como estandarte a cruz de prata de Nosso Salvador e cantando ladainhas a Deus pedindo a salvação deste povo. O Soberano ordenou que eles se sentassem e eles começaram a pregar o Evangelho.
Então Etelberto disse: “Suas palavras e promessas são muito bonitas. Mas por serem novas e incertas, não posso aprová-las e deixar tudo o que juntamente com todo o meu povo temos seguido por tanto tempo.
Porém, como viajaram de longe e fizeram uma longa jornada para compartilhar conosco o que consideram mais verdadeiro e melhor, não vou colocar obstáculos em seu caminho, mas vou recebê-los bem e oferecer o que for necessário para sua subsistência. Nem vou impedi-los de trazer para sua religião todos aqueles a quem os Sres. forem capazes de persuadir.”
O Rei deu-lhes um lugar para morar na região que mais tarde seria chamada de Canterbury. Algum tempo depois, impressionado com o exemplo dos monges e sua doutrina, o Rei Etelberto se converteu e foi batizado, trazendo consigo grande parte de seu povo para a Igreja.
Nos últimos 20 anos de sua vida se dedicou a propagar a Fé Católica em seu reino. Apoiado e encorajado pelo Papa Gregório Magno, ele construiu igrejas e ofereceu proteção aos católicos em suas terras. Ele também se esforçou para converter os príncipes vizinhos e trouxe o Rei dos saxões do Leste e o Rei dos anglos do Leste para a Igreja.
Santo Etelberto morreu em 606. Seu exemplo rendeu tantos frutos, pois nenhuma outra nação deu à Igreja tantos Reis Santos quanto a Inglaterra.
Comentários do Prof. Plinio:
Aqui os senhores veem duas grandes figuras que foram os fundadores da Idade Média. Um grande missionário, que é Santo Agostinho de Canterbury, entra em contato com um grande Rei fundador, que é Santo Etelberto. Eu o chamo de Rei fundador porque antes de sua conversão, a Inglaterra era uma espécie de aglomerado de bárbaros pagãos.
Não havia, propriamente falando, uma civilização Inglesa ou uma Inglaterra como nação. O que existia eram apenas as sementes da futura Inglaterra, que, colocada em contato com Santo Agostinho, cresceu e deu origem àquele país.
A solenidade dos pregadores e a graça sobrenatural de suas palavras comoveram o coração do rei pagão?
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A cerimônia solene descrita neste texto é verdadeiramente magnífica. Podem imaginar o Rei e seus guerreiros semibárbaros em uma clareira na floresta aguardando a chegada dos missionários. Santo Agostinho e seus monges chegaram cerimoniosamente ao ponto de encontro e começaram a falar.
O coração de Santo Etelberto foi tocado por Santo Agostinho desde o início. Ele deu a Santo Agostinho liberdade de movimento e expressão em seu reino, embora dissesse que não poderia concordar com uma mudança de religião tão rapidamente. Ele queria estudar tudo com mais cuidado.
Mas a simpatia do Rei já era aparente, pois ele lhes ofereceu um lugar para ficar, agradeceu-lhes pela longa viagem e lhes disse que poderiam receber todas as pessoas que quisessem vir para a Religião Católica. Ele revelou uma inclinação para a Verdade, que ele apenas começava a ouvir.
Santo Agostinho se estabeleceu na região e pregou a verdadeira religião. Depois de um tempo, o Rei não apenas deu sua adesão total à Religião Católica após examiná-la, mas também trouxe dois outros Reis vizinhos para a Igreja. É a prova de que a liberdade que ele deu a Santo Agostinho foi o primeiro passo de sua conversão.
A partir disso os senhores podem ver quem entra em contato com a Religião Católica e é movido pela graça tem a possibilidade de discernir que está lidando com a verdadeira Religião e dar sua adesão a ela.
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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira | | A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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