Seleção Biográfica:
Ao longo de sua vida, Santo Hermano José teve uma grande familiaridade com Nossa Senhora
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Santo Hermano foi um grande devoto de Nossa Senhora e um dos mais populares contemplativos medievais. Ele nasceu em Colônia, Alemanha, em 1150, em uma família de bom nome que havia perdido sua riqueza. Desde a mais tenra infância procurou o altar da Virgem Santíssima para conversar com ela. Sua simplicidade era encantadora.
Certa ocasião, ele trouxe uma maçã para a Mãe de Deus e pediu que ela a aceitasse. A imagem da Virgem se moveu e ela estendeu a mão para pegar o presente.
Outra vez ele chegou à igreja e viu a Rainha dos Céus em grande esplendor no coro. Ao seu lado estavam duas crianças, São João Batista e o Menino Jesus brincando juntos. Enquanto Hermano contemplava a cena, a Virgem o chamou. Ele subiu rapidamente os degraus do presbitério, mas o portão gradeado do coro estava fechado e trancado.
“Não consigo alcançá-la,” disse ele a Maria, “a grade está trancada e não há escada para eu subir.”
A Santíssima Virgem então o orientou sobre onde colocar as mãos e os pés para escalar a grelha. Ao fazer isso, ele entrou no coro e ela disse-lhe para se juntar ao Menino Jesus e a São João na brincadeira.
Santo Hermano José
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Num dia frio de inverno, ele foi descalço à igreja para rezar. Quando ele se aproximou da imagem de Nossa Senhora, ela perguntou-lhe: “Por que você está descalço neste dia frio?”
Ele respondeu: “Porque não tenho sapatos.” Ela disse-lhe que procurasse debaixo de uma certa pedra da igreja, onde encontraria dinheiro suficiente para comprar um par de sapatos.
Toda a vida de Santo Hermano foi repleta de visões e êxtases. Até seu último dia, ele desfrutou de uma familiaridade contínua com o sobrenatural.
Aos 12 anos, Hermano juntou-se aos Premonstratenses (Norbertinos) de Steinfeld, onde foi atribuído a muitos empregos diferentes. Posteriormente, foi ordenado sacerdote e diretor de vários conventos de irmãs, para os quais escreveu diversos tratados de piedade e um comentário ao Cântico dos Cânticos. Ele também compôs hinos, sendo um deles o primeiro hino em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus.
O
Mosteiro Steinfield datado do século 11
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Sua vida foi de penitência contínua e ele sofreu fortes tentações e doenças físicas. Ele sofria de dores de cabeça incessantes que só cessavam quando ele se aproximava do altar para celebrar a Missa. Sua violência costumava aumentar com a aproximação dos Dias de Festas. Em um trocadilho, costumava dizer: Festa sunt mihi infesta [os dias de festa são devastadores para mim].
Ele tinha grande simpatia pelas pessoas aflitas, que sempre encontraram nele uma recepção calorosa e um refúgio seguro.
Ele morreu em 1241, após ter adicionado o nome de José ao seu primeiro nome sob a orientação pessoal de Nossa Senhora. Mais tarde, seu corpo foi encontrado incorrupto.
Comentários do Prof. Plinio:
A vida de Santo Hermano é como uma gota do Céu na terra
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A vida de Santo Hermano foi como uma gota do Céu na terra. Ouvi-la nos dá saudade do Céu. A atmosfera maravilhosa que a acompanha, por contraste, permite-nos ver quão suja, deformada, agressiva e caótica é a atmosfera da Revolução em que hoje estamos imersos.
Para nós esta descrição tem um efeito semelhante ao de um anjo que visita o Purgatório e leva uma lufada de ar fresco às almas que sofrem em suas chamas. Considerando sua vida, podemos dizer: Chegará o dia em que também irei para o Céu, e não terei mais que ver e viver entre todas essas monstruosidades da Revolução. Vou ver Santo Hermano e poderei falar com ele. É uma gota de esperança para o Céu em meio à terrível fornalha de nossos dias.
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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira | | A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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