O Santo do Dia
São Francisco Solano - 14 de Julho
Seleção Biográfica:
São Francisco Solano foi um missionário franciscano na América do Sul, chamado pela Divina Providência para fazer parte da Contra-reforma Espanhola. Ele nasceu em Montilla, Andaluzia, em 1549, em uma família nobre. Seu pai foi duas vezes governador de Montilla, capital do Marquês de Priego de Córdoba. Sua mãe era conhecida como "a nobre senhora" por sua alta linhagem familiar e pela prática da virtude.
Mesmo antes dele nascer, esta "nobre senhora" consagrou seu filho a São Francisco de Assis, daí o seu nome. Recebeu dos pais uma formação católica, que se completou no colégio dos jesuítas de sua cidade.
Ele era um homem alto, dotado de amabilidade, de uma bela voz e um raro senso musical.
Sob o Rei Católico Filipe II, um verdadeiro renascimento religioso floresceu na Espanha. Na Ordem Franciscana, São Pedro de Alcântara brilhou com um brilho especial e, influenciado por este Santo, Solano entrou na Ordem Franciscana. Era conhecido por sua prática de virtude e por não permitir que frade algum demonstrasse tristeza no serviço de Deus.
Ele tocava violino e cantava diante do Santíssimo Sacramento e da imagem de Nossa Senhora. Quando viajava, nunca deixou para trás nem o cilício nem o violino. Frequentemente, caminhava pelas ruas tocando seu violino para grande alegria das crianças que se reuniam para ouvir sua música.
Sua fama de santidade difundiu-se por toda a Espanha. Para evitar essa celebridade, pediu a seus superiores que o enviassem às Américas para pregar o Evangelho. Lá ele trabalhou na evangelização de regiões do Panamá, Colômbia, Peru, Paraguai, Bolívia e Argentina, muitas vezes viajando a pé.
Passou boa parte de sua vida em Lima, Peru, onde florescia a Ordem Franciscana. Na época em que morava em Lima, o Arcebispo era São Toribio de Mogrovejo e a terciária da ordem terceira Santa Rosa de Lima praticavam grandes austeridades e ajudavam os pobres da casa de sua família.
Como ele estava se tornando famoso por suas virtudes e milagres, mais uma vez ele fugiu. Desta vez ele foi enviado para Tucumán (atual Argentina), onde não temeu acercar-se dos índios mais ferozes. Um dia, caminhando pela floresta, ele se sentiu vigiado. Parou perto de uma fonte para descansar e, ao ouvir o canto dos pássaros, pegou seu violino para acompanhar seus cantos. Ao fazer isso, um índio emergiu da densa floresta ameaçando o Santo.
O santo se aproximou calmamente dele tocando seu violino, e o homem - que era o chefe da tribo - emocionou-se com a música, tendo lhe convidado para visitar sua tribo. Ele pregou aos índios em espanhol e eles - que não conheciam esta língua - o compreenderam perfeitamente. O santo fez muitos milagres e os índios se converteram.
Por 13 anos ele permaneceu naquela região. Fez a paz entre os colonos e os índios, trazendo ambos para a Fé católica. Ressuscitou mortos, curou doenças mortais, domesticou feras e fez fontes brotar da terra. Ele se tornou venerado tanto pelos índios quanto pelos colonos de toda a área.
Conhecido por sua prática de penitências rigorosas e jejum. Por volta de 1601, ele foi chamado de volta a Lima, onde tentou chamar os colonos espanhóis de volta a uma prática mais fervorosa da Fé. Morreu ali em 1610.
Quando sentiu que sua vida estava acabando, pediu aos frades que cantassem o Magnificat e o Credo. Com as palavras: "Et incarnatus est de Spiritu Sancto ex Maria Virgine" (e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria), ele expirou. Naquele momento, os sinos do mosteiro anunciavam a elevação da Santa Hóstia na Missa.
Comentários do Prof. Plinio:
A união de nobreza de sangue e nobreza de virtude vista na mãe do Santo evoca uma espécie de dama extraordinariamente virtuosa e digna no passado. Nessas senhoras virtuosas havia uma aliança maravilhosa entre uma elevação de alma e um refinamento de maneiras tão requintado que sua alta cortesia não era apenas uma exibição externa de gestos e ações elegantes, mas também a própria expressão de sua elevada nobreza de alma.
A mãe dele era "a nobre senhora" por excelência, por excelência, teve a vocação de formar este missionário que evangelizaria os índios mais primitivos da América do Sul. Este contraste de costumes é obviamente fruto dos desígnios da Providência Divina.
Quantas vezes, no trato com os hábitos grosseiros e pouco higiênicos daqueles índios, teria São Francisco Solano se lembrado de sua nobre mãe caminhando pelas ruas de Montilla no Marquesado de Priego, seu lar de infância. Esse contraste tem uma beleza que devemos notar de passagem.
O santo costumava censurar aqueles que estavam tristes na prática da virtude. Ele não admitia queixas como estas: "Como a vida é difícil!", "veja como eu, um pobre religioso, estou sofrendo” ... Quando uma pessoa começa a ter pena de si mesma, ela entra no caminho que termina em apostasia. É preciso ter alegria em servir a Deus, comunicar a alegria pelas coisas santas.
Santo Tomás de Aquino chama de assedia, a falta de apetite pelas coisas sagradas, o que é, portanto, uma tristeza no serviço de Deus. São Francisco Solano recebeu a rara graça de comunicar a alegria pelas coisas sagradas.
Hoje estamos em uma época em que só existe a alegria para as coisas do mundo. Quase ninguém tem a alegria da virtude, a alegria de servir a Nosso Senhor e Nossa Senhora. São Francisco Solano foi chamado por Deus para comunicar esta alegria.
Isso não significa que ele contaria piadas e faria coisas tolas. Ele tinha a alegria da seriedade, que é a mais nobre e a mais elevada de todas as alegrias. Quando viajava, levava consigo o cilício e o violino. Essa harmonia me parece muito expressiva.
Para um homem religioso, o violino sem o cilício é o caminho certo para a apostasia; o cilício sem violino perde algumas de suas vantagens, pois uma das razões do uso do cilício é gerar alegria pelo serviço a Deus.
É como o soldado que vai com alegria para a luta. Um soldado que chora ao sair para a guerra porque está deixando sua casa e sua família está se preparando para desertar. Quem chora, recua. Belo é o soldado que vai com alegria enfrentar o perigo e até a morte em espírito de sacrifício.
Esta deve ser a vida do homem religioso bem como do contra-revolucionário. Ele se alegra em cumprir seus deveres, em sofrer por sua causa; fica feliz por pertencer inteiramente a Nossa Senhora. Fica alegre porque se tornou seu escravo e não tem nada; e, por isso, ele tem tudo.
Violino e cilícios: acho uma combinação magnífica! Ele tinha o maior respeito pelas cerimônias da liturgia e, ao mesmo tempo, andava pelas ruas para tocar seu violino para o povo, que se reunia para ouvir suas apresentações.
Sua enorme alma podia abranger os dois extremos - a solenidade da liturgia e a simplicidade das canções populares. Gosto dessas grandes almas, abertas, capazes de se entusiasmar com os contrários harmônicos extremos. Essa era a alma de São Francisco Solano.
Nas ruas, ele atraía as crianças. Então, eu o imagino parando de tocar violino para dar uma pequena aula de religião para as crianças. Depois que as crianças se reunissem, os adultos viriam. Então, ele mudaria sua lição para acomodar aqueles adultos e tentaria corrigir seus maus costumes e hábitos. Dessa forma, ele também cativaria os adultos. Foi um apostolado perfeito.
Depois de deixar a Espanha, ele veio para a América do Sul para evangelizar os índios. É muito fácil relatar que ele viajou a pé. Mas se pararmos um pouco para imaginar o que isso significa, podemos ver que foi muito difícil.
É claro que ele pegaria barcos para viajar pelos rios; mas depois teve que caminhar pelos Andes com sua topografia torturante, subindo e descendo, escorregando na lama úmida e caindo, lutando contra todo tipo de insetos e abrindo caminhos em vegetação selvagem nunca antes percorrida. Foi assim que o Santo foi do Panamá ao Paraguai e depois à Argentina para fazer apostolado em Tucumán!
Quando consideramos que na cidade de Lima da época viviam três santos, podemos ver que este foi o ponto de partida da História da América do Sul, e podemos imaginar o que poderia ter sido seu ponto final…
Quando ele se popularizava em um lugar, pedia para ser transferido para outro, sempre fugindo da fama. É o oposto do político contemporâneo! São Bernardo dizia que a glória é como uma sombra: Quando fugimos dela, ela nos segue; quando a perseguimos, ela foge...
Então, ele foi a Tucumán encontrar a mais feroz tribo de índios. A seleção diz que ele estava caminhando pela floresta e se sentiu observado. Os índios fazem isso: escondidos na floresta eles vigiam o estranho e quando a pessoa está sozinha e longe de qualquer ajuda, eles o matam.
O Santo caminhou até uma fonte para matar a sede e descansar um pouco. Ao ouvir o canto dos pássaros, resolveu tocar violino para acompanhar os cantos e o murmúrio da água. Percebeu que poderia ser atacado enquanto tocava sua música, mas sua alma estava em paz sabendo que ele morreria pela Fé e iria para o Céu.
Mas, em vez de martírio, um rosto apareceu entre os galhos. Era o rosto do chefe indígena da tribo que ele queria evangelizar. O índio, tocado pela graça, se aproximou de Francisco e o convidou para visitar sua tribo; assim começou a evangelização de toda aqueles índios.
Eu considero isso uma maravilha! São maravilhas semelhantes às da vida de São Francisco de Assis. Foi para a tribo, mas não falava a língua deles, apenas o espanhol, mas o Espírito Santo deu a ele o dom de línguas para que os índios pudessem entender o que dizia. Este era o seu apostolado.
Um homem que ressuscita os mortos e que pode ser compreendido por quem fala línguas diferentes! Estes são os homens que fundaram nações. São Francisco Solano foi o fundador de uma nação. Quantos outros belos fatos como esses podemos contar sobre o Ven. José de Anchieta, que nesse sentido foi o fundador do Brasil! Que belo foi o ponto de partida da Argentina, Peru, Brasil - da América Latina! Mas qual seria o ponto final?
Não é verdade, meus queridos amigos, se correspondêssemos ao nosso chamado contra-revolucionário, o ponto final seria tão belo como o ponto inicial - ou ainda mais belo? Somos a continuação desta História. Quantas promessas estão em nossas mãos! Além disso, que responsabilidade temos se não correspondermos à graça?
É uma tarefa a ser assumida por todos nós. Da bondade e da dedicação de cada um de nós pode depender um notável progresso ou decadência do conjunto. É assim que as coisas são. Devemos refletir sobre este ponto.
Com essas considerações, concluo meu comentário sobre a vida extraordinária de São Francisco Solano.
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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São Francisco Solano foi um missionário franciscano na América do Sul, chamado pela Divina Providência para fazer parte da Contra-reforma Espanhola. Ele nasceu em Montilla, Andaluzia, em 1549, em uma família nobre. Seu pai foi duas vezes governador de Montilla, capital do Marquês de Priego de Córdoba. Sua mãe era conhecida como "a nobre senhora" por sua alta linhagem familiar e pela prática da virtude.
Mesmo antes dele nascer, esta "nobre senhora" consagrou seu filho a São Francisco de Assis, daí o seu nome. Recebeu dos pais uma formação católica, que se completou no colégio dos jesuítas de sua cidade.
Francisco Solano acompanhando os pássaros com seu violino
Sob o Rei Católico Filipe II, um verdadeiro renascimento religioso floresceu na Espanha. Na Ordem Franciscana, São Pedro de Alcântara brilhou com um brilho especial e, influenciado por este Santo, Solano entrou na Ordem Franciscana. Era conhecido por sua prática de virtude e por não permitir que frade algum demonstrasse tristeza no serviço de Deus.
Ele tocava violino e cantava diante do Santíssimo Sacramento e da imagem de Nossa Senhora. Quando viajava, nunca deixou para trás nem o cilício nem o violino. Frequentemente, caminhava pelas ruas tocando seu violino para grande alegria das crianças que se reuniam para ouvir sua música.
Sua fama de santidade difundiu-se por toda a Espanha. Para evitar essa celebridade, pediu a seus superiores que o enviassem às Américas para pregar o Evangelho. Lá ele trabalhou na evangelização de regiões do Panamá, Colômbia, Peru, Paraguai, Bolívia e Argentina, muitas vezes viajando a pé.
Passou boa parte de sua vida em Lima, Peru, onde florescia a Ordem Franciscana. Na época em que morava em Lima, o Arcebispo era São Toribio de Mogrovejo e a terciária da ordem terceira Santa Rosa de Lima praticavam grandes austeridades e ajudavam os pobres da casa de sua família.
Como ele estava se tornando famoso por suas virtudes e milagres, mais uma vez ele fugiu. Desta vez ele foi enviado para Tucumán (atual Argentina), onde não temeu acercar-se dos índios mais ferozes. Um dia, caminhando pela floresta, ele se sentiu vigiado. Parou perto de uma fonte para descansar e, ao ouvir o canto dos pássaros, pegou seu violino para acompanhar seus cantos. Ao fazer isso, um índio emergiu da densa floresta ameaçando o Santo.
Famoso por seus milagres, Francisco domesticou um touro furioso que havia matado vários moradores do lugar
Por 13 anos ele permaneceu naquela região. Fez a paz entre os colonos e os índios, trazendo ambos para a Fé católica. Ressuscitou mortos, curou doenças mortais, domesticou feras e fez fontes brotar da terra. Ele se tornou venerado tanto pelos índios quanto pelos colonos de toda a área.
Conhecido por sua prática de penitências rigorosas e jejum. Por volta de 1601, ele foi chamado de volta a Lima, onde tentou chamar os colonos espanhóis de volta a uma prática mais fervorosa da Fé. Morreu ali em 1610.
Quando sentiu que sua vida estava acabando, pediu aos frades que cantassem o Magnificat e o Credo. Com as palavras: "Et incarnatus est de Spiritu Sancto ex Maria Virgine" (e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria), ele expirou. Naquele momento, os sinos do mosteiro anunciavam a elevação da Santa Hóstia na Missa.
Comentários do Prof. Plinio:
A união de nobreza de sangue e nobreza de virtude vista na mãe do Santo evoca uma espécie de dama extraordinariamente virtuosa e digna no passado. Nessas senhoras virtuosas havia uma aliança maravilhosa entre uma elevação de alma e um refinamento de maneiras tão requintado que sua alta cortesia não era apenas uma exibição externa de gestos e ações elegantes, mas também a própria expressão de sua elevada nobreza de alma.
São Francisco Solano batizando um chefe nativo
Quantas vezes, no trato com os hábitos grosseiros e pouco higiênicos daqueles índios, teria São Francisco Solano se lembrado de sua nobre mãe caminhando pelas ruas de Montilla no Marquesado de Priego, seu lar de infância. Esse contraste tem uma beleza que devemos notar de passagem.
O santo costumava censurar aqueles que estavam tristes na prática da virtude. Ele não admitia queixas como estas: "Como a vida é difícil!", "veja como eu, um pobre religioso, estou sofrendo” ... Quando uma pessoa começa a ter pena de si mesma, ela entra no caminho que termina em apostasia. É preciso ter alegria em servir a Deus, comunicar a alegria pelas coisas santas.
Santo Tomás de Aquino chama de assedia, a falta de apetite pelas coisas sagradas, o que é, portanto, uma tristeza no serviço de Deus. São Francisco Solano recebeu a rara graça de comunicar a alegria pelas coisas sagradas.
Hoje estamos em uma época em que só existe a alegria para as coisas do mundo. Quase ninguém tem a alegria da virtude, a alegria de servir a Nosso Senhor e Nossa Senhora. São Francisco Solano foi chamado por Deus para comunicar esta alegria.
Isso não significa que ele contaria piadas e faria coisas tolas. Ele tinha a alegria da seriedade, que é a mais nobre e a mais elevada de todas as alegrias. Quando viajava, levava consigo o cilício e o violino. Essa harmonia me parece muito expressiva.
Para um homem religioso, o violino sem o cilício é o caminho certo para a apostasia; o cilício sem violino perde algumas de suas vantagens, pois uma das razões do uso do cilício é gerar alegria pelo serviço a Deus.
A última missão da Califórnia foi dedicada a San Francisco Solano. Prédio restaurado em 1913
Esta deve ser a vida do homem religioso bem como do contra-revolucionário. Ele se alegra em cumprir seus deveres, em sofrer por sua causa; fica feliz por pertencer inteiramente a Nossa Senhora. Fica alegre porque se tornou seu escravo e não tem nada; e, por isso, ele tem tudo.
Violino e cilícios: acho uma combinação magnífica! Ele tinha o maior respeito pelas cerimônias da liturgia e, ao mesmo tempo, andava pelas ruas para tocar seu violino para o povo, que se reunia para ouvir suas apresentações.
Sua enorme alma podia abranger os dois extremos - a solenidade da liturgia e a simplicidade das canções populares. Gosto dessas grandes almas, abertas, capazes de se entusiasmar com os contrários harmônicos extremos. Essa era a alma de São Francisco Solano.
Nas ruas, ele atraía as crianças. Então, eu o imagino parando de tocar violino para dar uma pequena aula de religião para as crianças. Depois que as crianças se reunissem, os adultos viriam. Então, ele mudaria sua lição para acomodar aqueles adultos e tentaria corrigir seus maus costumes e hábitos. Dessa forma, ele também cativaria os adultos. Foi um apostolado perfeito.
Depois de deixar a Espanha, ele veio para a América do Sul para evangelizar os índios. É muito fácil relatar que ele viajou a pé. Mas se pararmos um pouco para imaginar o que isso significa, podemos ver que foi muito difícil.
É claro que ele pegaria barcos para viajar pelos rios; mas depois teve que caminhar pelos Andes com sua topografia torturante, subindo e descendo, escorregando na lama úmida e caindo, lutando contra todo tipo de insetos e abrindo caminhos em vegetação selvagem nunca antes percorrida. Foi assim que o Santo foi do Panamá ao Paraguai e depois à Argentina para fazer apostolado em Tucumán!
As montanhas indomadas de Tucumán não eram fáceis de atravessar a pé
Quando ele se popularizava em um lugar, pedia para ser transferido para outro, sempre fugindo da fama. É o oposto do político contemporâneo! São Bernardo dizia que a glória é como uma sombra: Quando fugimos dela, ela nos segue; quando a perseguimos, ela foge...
Então, ele foi a Tucumán encontrar a mais feroz tribo de índios. A seleção diz que ele estava caminhando pela floresta e se sentiu observado. Os índios fazem isso: escondidos na floresta eles vigiam o estranho e quando a pessoa está sozinha e longe de qualquer ajuda, eles o matam.
O Santo caminhou até uma fonte para matar a sede e descansar um pouco. Ao ouvir o canto dos pássaros, resolveu tocar violino para acompanhar os cantos e o murmúrio da água. Percebeu que poderia ser atacado enquanto tocava sua música, mas sua alma estava em paz sabendo que ele morreria pela Fé e iria para o Céu.
Mas, em vez de martírio, um rosto apareceu entre os galhos. Era o rosto do chefe indígena da tribo que ele queria evangelizar. O índio, tocado pela graça, se aproximou de Francisco e o convidou para visitar sua tribo; assim começou a evangelização de toda aqueles índios.
São Francisco Solano, frequentemente retratado com seu violino tocando para os Índios
Um homem que ressuscita os mortos e que pode ser compreendido por quem fala línguas diferentes! Estes são os homens que fundaram nações. São Francisco Solano foi o fundador de uma nação. Quantos outros belos fatos como esses podemos contar sobre o Ven. José de Anchieta, que nesse sentido foi o fundador do Brasil! Que belo foi o ponto de partida da Argentina, Peru, Brasil - da América Latina! Mas qual seria o ponto final?
Não é verdade, meus queridos amigos, se correspondêssemos ao nosso chamado contra-revolucionário, o ponto final seria tão belo como o ponto inicial - ou ainda mais belo? Somos a continuação desta História. Quantas promessas estão em nossas mãos! Além disso, que responsabilidade temos se não correspondermos à graça?
É uma tarefa a ser assumida por todos nós. Da bondade e da dedicação de cada um de nós pode depender um notável progresso ou decadência do conjunto. É assim que as coisas são. Devemos refletir sobre este ponto.
Com essas considerações, concluo meu comentário sobre a vida extraordinária de São Francisco Solano.
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Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.