Seleção Biográfica:
Santa Joana Francisca de Chantal (1572-1641) era a viúva do Barão de Chantal. Ela fundou a Ordem da Visitação com São Francisco de Sales.
Santa Joana Francisca de Chantal
fundou a Ordem da Visitação
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Chegou o dia da despedida de deixar os familiares para fundar o Convento. A santa viúva vivia com seu sogro, o Barão de Chantal, em Monthelon. Ela foi até ele, ajoelhou-se diante dele e pediu sua bênção, seu perdão e sua proteção para o filho. O Barão de 86 anos ficou triste com a partida dela, mas abraçou a nora e desejou-lhe felicidade.
Depois, ela se ajoelhou diante de seu pai, Monsieur Fremiot, Presidente do Parlamento da Borgonha, para pedir sua bênção. Ele disse: “Meu Deus, não me pertence mudar os Vossos desígnios. Se assim fosse, eu pediria a Vós para me deixar ficar com minha filha. Em vez disso, ofereço-Vos esta filha amada. Receba e a console.” Então ele a abençoou.
Ela também era muito amada pelos pobres e todos os habitantes de Monthelon, que manifestaram publicamente sua tristeza por sua partida. Ela recebeu a Sagrada Eucaristia em Dijon para se fortalecer para a separação de seu filho de 14 anos. O jovem correu para ela e a abraçou, envolvendo os braços em seu pescoço, tentando mover seu coração para mudar de ideia, mas sem sucesso. Ele então foi até a porta e barrou o caminho de sua mãe, deitando-se na soleira. “Já que estou fraco demais para impedi-la,” disse ele, “a senhora terá que passar por cima de seu único filho para abandoná-lo.” A santa chorou amargamente, mas não vacilou em sua resolução.
Sua serenidade restaurada, ela disse aos presentes:
“Peço que perdoem minha fraqueza de choro, pois estou deixando meu filho e meu pai para sempre, mas encontrarei meu Deus em todos os lugares.”
Comentários do Prof. Plinio:
Percebe-se o aspecto trágico da cena. Santa Joana Francisca de Chantal era uma viúva e uma pessoa extremamente boa, desempenhando seus deveres familiares de uma forma que atraiu a amizade e o carinho de todos. Se fosse uma família revolucionária de nossos dias, ela seria perseguida; mas era uma família muito boa, por isso era estimada por todos os membros. Ela era o apoio emocional de seu sogro, de seu pai e de seu filho. Até aquele momento ela tinha sido um membro da família esplêndida e ganhou o afeto geral da casa, bem como dos habitantes de Monthelon, onde morava.
Deus deu-lhe uma nova vocação e pediu-lhe que se desfizesse de todos os laços legítimos e até sagrados para ser fundadora de uma nova família religiosa contemplativa. A partir de então, ela não poderia mais ver seus parentes.
O aspecto trágico da cena é posto em relevo com a despedida do sogro: ela se ajoelhou diante do homem de 86 anos e pediu-lhe perdão por qualquer mal que lhe tinha feito e pediu-lhe a bênção. Então veio a despedida de seu pai: novamente lágrimas, novamente ajoelhada diante dele. O velho, como uma figura de tragédia Grega, ofereceu sua filha a Deus. E então veio a cena dramática com o filho pendurado no pescoço pedindo-lhe que não fosse embora, que não fosse para o convento. Sem sucesso, ele se deitou na soleira para mostrar sua discordância e forçá-la a cruzar seu corpo para ir embora. Todos esses atos são profundamente trágicos.
Essa tragédia foi consequência de uma mentalidade profundamente séria sobre a vida e, em particular, a vida religiosa. Ela reflete um senso da gravidade das coisas, um grande senso do que a cruz representa, do que a renúncia religiosa representa. A pessoa que foi chamada à vocação religiosa tinha o sentido da relação séria com Nosso Senhor Jesus Cristo em que estava entrando. Tanta seriedade aceita com um olhar sobrenatural também confere uma grande serenidade, como podemos ver no episódio final da despedida de Santa Joana Francisca de Chantal.
"Muitos conventos de nossos dias têm uma atmosfera de carnaval."
Acima, irmãs de 115 congregações Americanas "dançam em linha" em uma conferência em Chicago (junho de 2002) discutindo o futuro da vida religiosa.
National Catholic Reporter, 5 de julho de 2002 |
Hoje as pessoas perderam esse senso de solenidade e seriedade. Quase tudo é superficial, vazio, recebido com um sorriso colado para todas as ocasiões. Sem esse espírito de gravidade, até a vida religiosa mudou. É muito raro ainda encontrar aquela velha recordação comum nos conventos do passado. A vida das freiras, portanto, muitas vezes perdeu seu significado. Em vez de buscar a Cruz de Nosso Senhor, as irmãs se voltam mais frequentemente para a própria satisfação e felicidade. Se somarmos a tendência atual de adaptar os conventos ao mundo moderno estimulado pelas autoridades eclesiásticas progressistas, temos os muitos conventos de nossos dias com seu ambiente carnavalesco. É exatamente o oposto da época de Santa Joana Francisca de Chantal.
A seriedade sobre a vida e a religião dá uma grande serenidade. Acima, freiras pré-conciliares em recreação.
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Qual é a lição que podemos tirar da vida de Santa Joana Francisca de Chantal? Devemos imitar sua profundidade de espírito.
• Primeiro, ela entendeu que a vida de uma família é algo maravilhoso, algo desejado por Deus.
• Em segundo lugar, ela entendeu que a glória dessa vida é ter alguns filhos que se tornam religiosos, missionários, apóstolos e guerreiros. Quando a família tem esse fruto, ela se transcende e atinge uma realidade superior.
• Terceiro, todo o ambiente em que Santa Joana Francisca de Chantal viveu estava impregnado do mesmo espírito Católico de sacrifício.
• Quarto, sta profundidade de espírito prepara a alma para amar a Deus. Nosso Senhor disse que o Reino dos Céus pertence aos violentos. A violência que Nosso Senhor nos pede pode ser vista na vida de Santa Joana Francisca de Chantal. É fruto de sua profundidade de espírito.
Peçamos a ela que nos conceda o mesmo profundo espírito de Fé que ela tinha.
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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira | |
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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