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O Santo do Dia
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Santa Ágata - 5 de Fevereiro

Comentários do Prof. Plinio:

Santa Ágata (c. 231 - c. 251) foi uma grande heroína da Igreja primitiva. Seu nome está incluído na lista dos grandes santos que são invocados todos os dias no Cânon da Santa Missa. Ela pertencia a uma das famílias mais nobres da Sicília e era a herdeira mais dotada da região. Quintiano, o governador da Sicília, voltou sua atenção para ela por causa de sua grande beleza e riqueza. Suspeitando que ela era católica, ele exigiu que ela fizesse sacrifícios aos ídolos. Quando ela recusou, ele a mandou para a prisão.

St. Agatha before the judges

Uma representação medieval das torturas de Santa Ágata

Ágata, percebendo que Deus estava pedindo a ela que se preparasse para o martírio, disse esta oração: “Jesus Cristo, Senhor de todas as coisas criadas, Tu vês o meu coração e conheces os meus desejos. Tome posse de mim e de tudo que me pertence. Tu és meu Pastor, meu Deus, eu sou tua ovelha. Tornai-me digna de ser vitoriosa contra o demônio.”

O governador, que a conhecia apenas pelo nome, ficou impressionado com sua beleza e surpreso que uma pessoa tão extraordinariamente talentosa pudesse estar tão distante de quaisquer preocupações mundanas.

Calculando mal a pureza daquela jovem e tomado por uma paixão violenta, Quintiano fez propostas indecorosas a ela. Ágata as rejeitou violentamente, declarando que em nenhuma circunstância ela permitiria que ele se aproximasse dela.

O governador conhecia a resistência de quem frequenta os Sacramentos. Ele fingiu desistir de seus planos, mas a colocou sob os cuidados de Afrodisia, uma mulher de péssima fama, para que ela pudesse ser corrompida.

No entanto, Afrodisia não foi capaz de fazer qualquer progresso e, após um mês de tentativas inúteis, ela pediu a Quintiano que levasse Ágata para longe de seu lugar, dizendo-lhe: “Antes que as pedras amoleçam e o ferro se transforme em chumbo macio, do que mudar a coragem desta donzela ou de tirar dela a Fé cristã.”

Começou então o martírio da nobre siciliana. O governador a convocou perante seu tribunal e lhe perguntou: “Você não tem vergonha de se rebaixar à condição de escrava desta religião cristã uma vez que você é de uma família nobre?”

tortures of St. Agatha

Uma representação medieval das torturas de Santa Ágata

Ágata respondeu àquele homem que era escravo dos vícios: “A servidão de Cristo é a liberdade e está acima de todas as riquezas dos reis.” A estas palavras o governador respondeu com uma dura bofetada na face da jovem nobre. Ele a ameaçou com as piores torturas e a jogou em uma masmorra.

No dia seguinte, o tirano novamente ordenou que Ágata fosse trazida à sua presença e novamente ordenou que ela adorasse os deuses para escapar dos tormentos. Ela respondeu: “Não, mas renuncie a seus ídolos, que são de pedra e de madeira, e adore o seu Criador, que fez o céu e a terra, e se não o fizer, será atormentado no fogo perpétuo do inferno.”

Ele ordenou que ela fosse esticada em uma roda e atormentou seus membros, e queimou seu corpo com placas de cobre em brasa. Quando ela ainda se recusava a renunciar à religião, ele ordenou que seus seios fossem puxados e cortados com pinças de ferro.

Como ela não morreu apesar de todas essas mutilações, ela foi novamente jogada na prisão e o guarda recebeu ordens expressas para impedi-la de receber qualquer alívio de suas dores. Durante a noite, o apóstolo São Pedro apareceu-lhe em sonho, elogiou-a pela sua conduta corajosa e a curou com diversos unguentos em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quando Ágata acordou e se viu completamente curada, tendo seu seio restaurado, ela cantou um cântico de agradecimento a Deus. Ouvindo o cântico, os guardas curiosos se aproximaram. Vendo que seu corpo não estava mais ignominiosamente mutilado, eles fugiram, cheios de medo.

st Agatha

Santa Ágata foi presenteada com pinças, seu mais famoso instrumento de tortura

Os companheiros de Ágata na prisão aconselharam-na a fugir. Ela, porém, não quis abandonar a palma do martírio e disse: “Isso nunca vai acontecer. Os guardas da prisão não sofrerão nenhum dano por minha causa, nem perderei minha coroa. Devo permanecer na Fé de Jesus Cristo, meu Senhor, que me confortou e curou.”

Quatro dias depois, ela foi conduzida novamente até seu juiz iníquo, que não conseguiu esconder seu espanto com o que viu. Mas, em vez de ser conquistado pelas evidências, ele ficou irado e, espumando de ódio, ordenou que ela fosse imediatamente despida e a rolou sobre vidros quebrados e depois jogada sobre brasas.

Enquanto a jovem era submetida a esta prova humilhante e dolorosa, o solo onde a sagrada virgem foi rolada começou a tremer como um terremoto, e uma parte de um enorme muro caiu sobre Silvain, conselheiro de Quintiano, e sobre Fastion, seu amigo, por cujo conselho ela tinha sido tão atormentada. Vendo tantos milagres, o povo de Catânia ficou envergonhado e revoltado contra a brutalidade do juiz.

Mais uma vez ela foi jogada na prisão. Ágata então pediu a Deus que a trouxesse à sua glória, dizendo: “Rogo-te que tomai o meu espírito, pois é hora de me fazeres partir deste mundo e ir para a Tua misericórdia.”

Deus ouviu a virgem Ágata e o que o ferro e as brasas não conseguiram realizar foi realizado pela oração daquela donzela, que passou por dois martírios sem morrer.

                                                                                Este texto reproduz artigo do Prof. Plinio em O Legionario, 4 de fevereiro de 1940


Tradition in Action



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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.