Festas de Nossa Senhora
Nossa Senhora das Mercês - 24 de Setembro
Seleção Biográfica:
A Ordem da Santíssima Trindade (Trinitários) e a Ordem da Misericórdia (Mercês ou Mercedários) foram fundadas para resgatar cristãos mantidos cativos por muçulmanos, sendo esta última fundada cerca de 20 anos depois da primeira. Uma diferença entre as duas é que os Mercedários contavam mais cavaleiros do que clérigos no início.
Chamava-se Ordem Real, Celestial e Militar de Nossa Senhora das Misericórdias e da Redenção dos Cativos. Seus clérigos se dedicavam mais particularmente a rezar o Ofício Divino nos coros dos mosteiros, enquanto os cavaleiros guardavam as costas e se voltavam para a perigosa missão de redenção dos prisioneiros cristãos.
São Pedro Nolasco (1189-1256) foi o primeiro Grão-Mestre Geral da Ordem. Quando seu caixão foi aberto, ele foi encontrado armado com sua armadura e espada.
A Igreja instituiu a festa de Nossa Senhora das Mercês para homenagear a Ordem Religiosa fundada por São Pedro Nolasco a quem Nossa Senhora pediu para se dedicar a resgatar cativos católicos escravizados pelos mouros na Espanha. Parece que Deus teve compaixão daqueles infelizes prisioneiros que foram expostos à perda da Fé e da inocência e submetidos a todos os maus tratos possíveis.
Em 1º de agosto de 1218, São Pedro Nolasco recebeu uma visão de Nossa Senhora que lhe disse para fundar sua Ordem. Vestida de branco, ela segurava dois sacos de moedas para serem usados no resgate de cristãos em cativeiro. Ela apareceu da mesma forma a São Raimundo de Penaforte e ao Rei Jaime de Aragão com o mesmo pedido de iniciar uma ordem religiosa para libertar os cristãos do cativeiro. Não havia dúvidas, e decidiu-se fundar a Ordem, intitulada Ordem de Nossa Senhora das Mercês para a Redenção dos Cativos.
Comentários do Prof. Plínio:
A Ordem de Nossa Senhora das Mercês teve mais cavaleiros do que padres na sua fundação. Os sacerdotes e religiosos dedicavam-se a rezar o Ofício Divino; os cavaleiros lutavam. É um belo equilíbrio: a principal obrigação dos religiosos era rezar, sobretudo pelos cavaleiros da Ordem; os cavaleiros lutaram, aproveitando os méritos conquistados pelas orações dos religiosos.
Esta é uma ideia que me é muito cara: uma Ordem Religiosa que teria um ramo puramente contemplativo para rezar para reparar aqueles que se dedicam à ação e, assim, dar à sua ação uma fecundidade especial. Sempre fui um grande admirador dessa ideia.
Os senhores podem considerar esta coisa bonita: o primeiro Superior Geral desta Ordem foi um guerreiro leigo que foi ao túmulo com a armadura e a espada que usava na batalha, disposto assim a comparecer perante o julgamento de Deus. É uma verdadeira maravilha! Reflete bem o ideal do guerreiro católico.
Gostaria que pudéssemos ter a armadura e a espada de São Pedro Nolasco em nossa Capela! Ou, pelo menos, ter uma réplica delas que fossem tocadas no original, para que fosse uma relíquia indireta. Apenas ter isso já seria algo extraordinário!
Os senhores sabem que os cristãos que eram aprisionados pelos mouros eram reduzidos à condição de escravos, e naturalmente não tinha socorro religioso nenhum. Podem imaginar uma terra de imoralidade, de promiscuidade, o desespero de um homem desses que cometesse um pecado e que não tivesse padre para se confessar? “Tenho ou não tenho atrição? Minha atrição não perdoa o meu pecado; terei um padre para me perdoar esse pecado na hora de minha morte? Como é que vai ser isso?…”
Depois, a coisa pavorosa é que os pagãos antigos, abusando do poder que tinham sobre os escravos, praticavam com eles toda espécie de imoralidades, de maneira que os cristãos ficavam expostos às piores coisas. Então, a compaixão cristã se concentrou sobre eles e daí, sob a indicação de Nossa Senhora, a fundação de uma Ordem religiosa especialmente dedicada a isso.
Há sempre algo de poético nas aparições de Nossa Senhora. Ela apareceu a um Rei, Tiago de Aragão, a um pensador, São Raimundo de Penaforte, e a um guerreiro, São Pedro Nolasco, e pediu aos três a mesma coisa. Eles se encontraram e um comentou: "Olha, eu tive uma visão de Nossa Senhora..." Os outros dois disseram: "Tivemos a mesma visão..."
E assim concluíram: “Então, vamos fundar uma Ordem nascida diretamente do sorriso de Nossa Senhora.” É muito bonito, não é?
O título original da Ordem em espanhol refere-se a Nuestra Señora de las Mercedes, uma mercê é um favor que alguém faz a outro, é um presente que alguém dá a outra pessoa. O presente que ela estava prometendo a esses prisioneiros era a liberdade de seu terrível cativeiro.
A Igreja, por assim dizer, não tem invocações suficientes para nos inculcar a idéia dessa liberalidade de Nossa Senhora, disposta a todo momento a nos dar graças excelentes, e a nos convidar por aí a pedi-las e a amar Nossa Senhora por ser tão boa assim.
Então que essa invocação nos sirva para abrir a alma a esse tipo de relação muito filial e muito confiante com Nossa Senhora, e que esses guerreiros julgaram essencial tê-la.
Embora a heresia branca tenha muitas coisas tolas e risonhas a dizer sobre devoções, na verdade não é heresia branca confiar no sorriso de Nossa Senhora e ter uma confiança especial em sua misericórdia risonha.
Não eram heresia branca; nenhum desses santos. E, menos do que os outros ainda, seria difícil vê-lo em São Pedro Nolasco, guerreiro que é enterrado com sua couraça e sua espada…
A seção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
A Ordem da Santíssima Trindade (Trinitários) e a Ordem da Misericórdia (Mercês ou Mercedários) foram fundadas para resgatar cristãos mantidos cativos por muçulmanos, sendo esta última fundada cerca de 20 anos depois da primeira. Uma diferença entre as duas é que os Mercedários contavam mais cavaleiros do que clérigos no início.
Nossa Senhora aparece ao cavaleiro e pede-lhe para fundar uma ordem para redimir os cativos
São Pedro Nolasco (1189-1256) foi o primeiro Grão-Mestre Geral da Ordem. Quando seu caixão foi aberto, ele foi encontrado armado com sua armadura e espada.
A Igreja instituiu a festa de Nossa Senhora das Mercês para homenagear a Ordem Religiosa fundada por São Pedro Nolasco a quem Nossa Senhora pediu para se dedicar a resgatar cativos católicos escravizados pelos mouros na Espanha. Parece que Deus teve compaixão daqueles infelizes prisioneiros que foram expostos à perda da Fé e da inocência e submetidos a todos os maus tratos possíveis.
Em 1º de agosto de 1218, São Pedro Nolasco recebeu uma visão de Nossa Senhora que lhe disse para fundar sua Ordem. Vestida de branco, ela segurava dois sacos de moedas para serem usados no resgate de cristãos em cativeiro. Ela apareceu da mesma forma a São Raimundo de Penaforte e ao Rei Jaime de Aragão com o mesmo pedido de iniciar uma ordem religiosa para libertar os cristãos do cativeiro. Não havia dúvidas, e decidiu-se fundar a Ordem, intitulada Ordem de Nossa Senhora das Mercês para a Redenção dos Cativos.
Comentários do Prof. Plínio:
A Ordem de Nossa Senhora das Mercês teve mais cavaleiros do que padres na sua fundação. Os sacerdotes e religiosos dedicavam-se a rezar o Ofício Divino; os cavaleiros lutavam. É um belo equilíbrio: a principal obrigação dos religiosos era rezar, sobretudo pelos cavaleiros da Ordem; os cavaleiros lutaram, aproveitando os méritos conquistados pelas orações dos religiosos.
Esta é uma ideia que me é muito cara: uma Ordem Religiosa que teria um ramo puramente contemplativo para rezar para reparar aqueles que se dedicam à ação e, assim, dar à sua ação uma fecundidade especial. Sempre fui um grande admirador dessa ideia.
Os senhores podem considerar esta coisa bonita: o primeiro Superior Geral desta Ordem foi um guerreiro leigo que foi ao túmulo com a armadura e a espada que usava na batalha, disposto assim a comparecer perante o julgamento de Deus. É uma verdadeira maravilha! Reflete bem o ideal do guerreiro católico.
Os dois fundadores: São Pedro Nolasco e
São Raimundo de Penaforte
Os senhores sabem que os cristãos que eram aprisionados pelos mouros eram reduzidos à condição de escravos, e naturalmente não tinha socorro religioso nenhum. Podem imaginar uma terra de imoralidade, de promiscuidade, o desespero de um homem desses que cometesse um pecado e que não tivesse padre para se confessar? “Tenho ou não tenho atrição? Minha atrição não perdoa o meu pecado; terei um padre para me perdoar esse pecado na hora de minha morte? Como é que vai ser isso?…”
Depois, a coisa pavorosa é que os pagãos antigos, abusando do poder que tinham sobre os escravos, praticavam com eles toda espécie de imoralidades, de maneira que os cristãos ficavam expostos às piores coisas. Então, a compaixão cristã se concentrou sobre eles e daí, sob a indicação de Nossa Senhora, a fundação de uma Ordem religiosa especialmente dedicada a isso.
Há sempre algo de poético nas aparições de Nossa Senhora. Ela apareceu a um Rei, Tiago de Aragão, a um pensador, São Raimundo de Penaforte, e a um guerreiro, São Pedro Nolasco, e pediu aos três a mesma coisa. Eles se encontraram e um comentou: "Olha, eu tive uma visão de Nossa Senhora..." Os outros dois disseram: "Tivemos a mesma visão..."
Nossa Senhora das Misericórdias em Cádiz, Espanha
O título original da Ordem em espanhol refere-se a Nuestra Señora de las Mercedes, uma mercê é um favor que alguém faz a outro, é um presente que alguém dá a outra pessoa. O presente que ela estava prometendo a esses prisioneiros era a liberdade de seu terrível cativeiro.
A Igreja, por assim dizer, não tem invocações suficientes para nos inculcar a idéia dessa liberalidade de Nossa Senhora, disposta a todo momento a nos dar graças excelentes, e a nos convidar por aí a pedi-las e a amar Nossa Senhora por ser tão boa assim.
Então que essa invocação nos sirva para abrir a alma a esse tipo de relação muito filial e muito confiante com Nossa Senhora, e que esses guerreiros julgaram essencial tê-la.
Embora a heresia branca tenha muitas coisas tolas e risonhas a dizer sobre devoções, na verdade não é heresia branca confiar no sorriso de Nossa Senhora e ter uma confiança especial em sua misericórdia risonha.
Não eram heresia branca; nenhum desses santos. E, menos do que os outros ainda, seria difícil vê-lo em São Pedro Nolasco, guerreiro que é enterrado com sua couraça e sua espada…
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Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.