O Santo do Dia
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Jacinta e Francisco de Fátima - 13 de Outubro
Seleção Biográfica:
O verdadeiro diretor espiritual de Jacinta, Francisco e Lúcia era essencialmente Nossa Senhora. A boa Senhora da Cova da Iria encarregou-se da realização desta obra-prima.
E, como não poderia deixar de ser, Ela conseguiu esse fim com pleno êxito. De suas mãos pródigas saíram três Anjos vestidos de carne que eram, ao mesmo tempo, três autênticos heróis. A matéria-prima – os três filhos – tinha uma admirável vontade de ser moldada. E a artista, o que mais podemos dizer senão que era Nossa Senhora?
Em sua escola, os três pastorinhos logo estavam dando passos de gigante no caminho da perfeição. Naquela escola, as palavras de um grande devoto de Maria, São Luís Maria Grignion de Montfort, foram cumpridas literalmente: "Na escola da Virgem a alma progride mais em uma semana do que em um ano em qualquer outro lugar.”
A pedagogia da Mãe de Deus é incomparável. Em dois anos a Santíssima Virgem conseguiu levar os dois irmãos – Francisco e Jacinta – aos altos cumes da santidade cristã. O retrato que a mão segura de Lúcia desenha da Jacinta é revelador:
“O comportamento de Jacinta sempre foi sério e reservado, mas amigável. Todas as suas ações pareciam refletir a presença de Deus de maneira própria de pessoas já maduras e de grande virtude. Nunca vi nela aquela frivolidade excessiva ou entusiasmo infantil pelos jogos, brincadeiras e coisas bonitas, tão típicas de crianças. ...
“Não posso dizer que as outras crianças se reunissem em torno dela, como fizeram em torno de mim. Talvez porque houvesse nela uma seriedade muito além de sua idade.
“Se em sua presença uma criança, ou mesmo um adulto, dissesse ou fizesse algo indecoroso, ela os repreenderia, dizendo: ‘Não faça isso, pois você está ofendendo a Deus Nosso Senhor, e Ele já está tão ofendido.’”
Sobre Francisco, muitas vezes ele desaparecia de vista, retirando-se para um lugar isolado para pensar. "O que você estava fazendo por tanto tempo?” Lúcia lhe perguntava, ele respondia: "Pensava em Deus que está tão triste por causa de tantos pecados. Jesus está tão triste e quero consolá-lO com minha oração e minha penitência.”
Um dia, quando Lúcia cedeu aos apelos de seus amigos para participar de uma festa local, Francisco repreendeu severamente sua ação: “Você vai voltar a essas festas e jogos? Você já esqueceu que prometemos nunca mais fazer isso?”
As três crianças iam à igreja para passar longas horas prostradas perto do tabernáculo. Em particular, Jacinta e Francisco iam com mais frequência falar a sós com o “Jesus Escondido.” Pois eles tinham a promessa da Virgem de vir e levá-los para o Céu em breve e assim se consideraram dispensados das aulas na escola.
Comentários do Prof. Plinio:
Esses trechos revelam uma graça notável porque indicam muitos aspectos – grandes e pequenos – do trabalho que Nossa Senhora estava fazendo com essas três crianças. Mas devemos considerar, sobretudo, o valor simbólico da obra de Nossa Senhora em suas almas. Este foi um trabalho que de um momento para outro transformou suavemente as crianças pelo simples fato das repetidas aparições de Nossa Senhora.
Temos aqui algo semelhante ao Segredo de Maria que atua nas almas de que fala São Luís Grignion de Montfort. Ou seja, foi uma daquelas ações profundas de graça na alma, ações que acontecem sem que a pessoa perceba. A pessoa sente em si uma liberdade crescente e está cada vez mais desembaraçada dos obstáculos à prática do bem. Os defeitos que impedem seu progresso e a prendem ao mal começam a se dissolver por si mesmos.
A pessoa cresce no amor de Deus, na sua dedicação e oposição ao pecado. Tudo isso acontece maravilhosamente dentro da alma de uma forma diferente daquelas grandes batalhas metódicas de ascensão espiritual ao Céu daqueles que lutam seguindo o sistema clássico de vida espiritual. Pelo contrário, Nossa Senhora os muda de um momento para outro.
Se a obra de Nossa Senhora em Fátima, sobretudo com estas duas crianças chamadas ao Céu, foi uma obra deste gênero, podemos perguntar-nos se tem um valor simbólico que nos indica qual será a ação de Nossa Senhora sobre a humanidade quando ela cumprir a promessa que fez em Fátima do triunfo do seu Imaculado Coração. Não deveríamos ver na atuação nessas duas almas uma ação precursora do Reinado anunciado em Fátima?
Aqui poderia haver um começo – um de muitos começos porque coisas enormes têm muitos começos – um começo do Reino de Maria, o triunfo do Imaculado Coração sobre duas almas que foram arautos das grandes revelações de Nossa Senhora em Fátima. Jacinta e Francisco são almas que, pelos seus sacrifícios e orações na terra e depois pelas suas orações no Céu, ajudaram e ajudam os homens da terra a aceitarem a mensagem de Fátima.
Ou seja, devemos ver nessa transformação – pelo menos de forma muito provável – um símbolo do que acontecerá no futuro. Devemos ver neles um símbolo dessas profundas transformações – provavelmente em meio aos eventos mais dramáticos do castigo – que marcarão o Reino de Maria.
Esta primeira observação leva diretamente a outro pensamento: se assim é, então a Jacinta e o Francisco são os intercessores naturais para pedirmos a Nossa Senhora que o Reino de Maria comece em nós o mais rapidamente possível mediante esta misteriosa transformação que é o Segredo de Maria.
Assim, devemos pedir com insistência – tanto à Jacinta como ao Francisco – que nos assistam nesta transformação e nos concedam os dons que receberam na terra. Peçamos-lhes com as suas orações no Céu que zelem por aqueles que têm a missão de divulgar a mensagem de Fátima e vivê-la, como nós.
A este respeito, é muito importante, creio, dizer uma palavra sobre a relação entre a mensagem de Fátima e a Contra-Revolução.
Entre nós já foi dito mil vezes que nossa vida espiritual cresce na medida em que levamos a sério o fato de que o mundo atual está em uma deplorável decadência e se aproximando de sua ruína total. Esta quase ruína já indica o castigo profetizado por Nossa Senhora em Fátima. Consequentemente, quanto mais nos colocarmos nesta perspectiva, mais fervorosa será nossa vida espiritual. Pelo contrário, quanto mais nos afastamos dessa visão, mais nossa vida espiritual decai.
Do Céu Jacinta e Francisco contemplam Nosso Senhor e Nossa Senhora, cujos corações estão cada vez mais ofendidos. Devemos pedir-lhes do Céu que rezem para que esta torrente de ofensas cesse e para que de alguma forma Nossa Senhora possa finalmente converter os homens.
Assim, por sua mediação, devemos apelar a Nossa Senhora: “Que o teu Reino venha até nós - e logo! intervir nos eventos, obstruir os planos de seus adversários, demolir absoluta e completamente todos os seus desígnios malignos e pecaminosos e estabelecer Seu Reino na terra.”
A seção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
Jacinta, sempre séria;
Francisco, a alma de um eremita
E, como não poderia deixar de ser, Ela conseguiu esse fim com pleno êxito. De suas mãos pródigas saíram três Anjos vestidos de carne que eram, ao mesmo tempo, três autênticos heróis. A matéria-prima – os três filhos – tinha uma admirável vontade de ser moldada. E a artista, o que mais podemos dizer senão que era Nossa Senhora?
Em sua escola, os três pastorinhos logo estavam dando passos de gigante no caminho da perfeição. Naquela escola, as palavras de um grande devoto de Maria, São Luís Maria Grignion de Montfort, foram cumpridas literalmente: "Na escola da Virgem a alma progride mais em uma semana do que em um ano em qualquer outro lugar.”
A pedagogia da Mãe de Deus é incomparável. Em dois anos a Santíssima Virgem conseguiu levar os dois irmãos – Francisco e Jacinta – aos altos cumes da santidade cristã. O retrato que a mão segura de Lúcia desenha da Jacinta é revelador:
“O comportamento de Jacinta sempre foi sério e reservado, mas amigável. Todas as suas ações pareciam refletir a presença de Deus de maneira própria de pessoas já maduras e de grande virtude. Nunca vi nela aquela frivolidade excessiva ou entusiasmo infantil pelos jogos, brincadeiras e coisas bonitas, tão típicas de crianças. ...
“Não posso dizer que as outras crianças se reunissem em torno dela, como fizeram em torno de mim. Talvez porque houvesse nela uma seriedade muito além de sua idade.
“Se em sua presença uma criança, ou mesmo um adulto, dissesse ou fizesse algo indecoroso, ela os repreenderia, dizendo: ‘Não faça isso, pois você está ofendendo a Deus Nosso Senhor, e Ele já está tão ofendido.’”
Sobre Francisco, muitas vezes ele desaparecia de vista, retirando-se para um lugar isolado para pensar. "O que você estava fazendo por tanto tempo?” Lúcia lhe perguntava, ele respondia: "Pensava em Deus que está tão triste por causa de tantos pecados. Jesus está tão triste e quero consolá-lO com minha oração e minha penitência.”
Um dia, quando Lúcia cedeu aos apelos de seus amigos para participar de uma festa local, Francisco repreendeu severamente sua ação: “Você vai voltar a essas festas e jogos? Você já esqueceu que prometemos nunca mais fazer isso?”
As três crianças iam à igreja para passar longas horas prostradas perto do tabernáculo. Em particular, Jacinta e Francisco iam com mais frequência falar a sós com o “Jesus Escondido.” Pois eles tinham a promessa da Virgem de vir e levá-los para o Céu em breve e assim se consideraram dispensados das aulas na escola.
Comentários do Prof. Plinio:
Esses trechos revelam uma graça notável porque indicam muitos aspectos – grandes e pequenos – do trabalho que Nossa Senhora estava fazendo com essas três crianças. Mas devemos considerar, sobretudo, o valor simbólico da obra de Nossa Senhora em suas almas. Este foi um trabalho que de um momento para outro transformou suavemente as crianças pelo simples fato das repetidas aparições de Nossa Senhora.
Nossa Senhora, a verdadeira diretora espiritual das crianças de Fátima
A pessoa cresce no amor de Deus, na sua dedicação e oposição ao pecado. Tudo isso acontece maravilhosamente dentro da alma de uma forma diferente daquelas grandes batalhas metódicas de ascensão espiritual ao Céu daqueles que lutam seguindo o sistema clássico de vida espiritual. Pelo contrário, Nossa Senhora os muda de um momento para outro.
Se a obra de Nossa Senhora em Fátima, sobretudo com estas duas crianças chamadas ao Céu, foi uma obra deste gênero, podemos perguntar-nos se tem um valor simbólico que nos indica qual será a ação de Nossa Senhora sobre a humanidade quando ela cumprir a promessa que fez em Fátima do triunfo do seu Imaculado Coração. Não deveríamos ver na atuação nessas duas almas uma ação precursora do Reinado anunciado em Fátima?
Aqui poderia haver um começo – um de muitos começos porque coisas enormes têm muitos começos – um começo do Reino de Maria, o triunfo do Imaculado Coração sobre duas almas que foram arautos das grandes revelações de Nossa Senhora em Fátima. Jacinta e Francisco são almas que, pelos seus sacrifícios e orações na terra e depois pelas suas orações no Céu, ajudaram e ajudam os homens da terra a aceitarem a mensagem de Fátima.
Ou seja, devemos ver nessa transformação – pelo menos de forma muito provável – um símbolo do que acontecerá no futuro. Devemos ver neles um símbolo dessas profundas transformações – provavelmente em meio aos eventos mais dramáticos do castigo – que marcarão o Reino de Maria.
Esta primeira observação leva diretamente a outro pensamento: se assim é, então a Jacinta e o Francisco são os intercessores naturais para pedirmos a Nossa Senhora que o Reino de Maria comece em nós o mais rapidamente possível mediante esta misteriosa transformação que é o Segredo de Maria.
'Que teu reino na terra venha - e em breve!'
A este respeito, é muito importante, creio, dizer uma palavra sobre a relação entre a mensagem de Fátima e a Contra-Revolução.
Entre nós já foi dito mil vezes que nossa vida espiritual cresce na medida em que levamos a sério o fato de que o mundo atual está em uma deplorável decadência e se aproximando de sua ruína total. Esta quase ruína já indica o castigo profetizado por Nossa Senhora em Fátima. Consequentemente, quanto mais nos colocarmos nesta perspectiva, mais fervorosa será nossa vida espiritual. Pelo contrário, quanto mais nos afastamos dessa visão, mais nossa vida espiritual decai.
Do Céu Jacinta e Francisco contemplam Nosso Senhor e Nossa Senhora, cujos corações estão cada vez mais ofendidos. Devemos pedir-lhes do Céu que rezem para que esta torrente de ofensas cesse e para que de alguma forma Nossa Senhora possa finalmente converter os homens.
Assim, por sua mediação, devemos apelar a Nossa Senhora: “Que o teu Reino venha até nós - e logo! intervir nos eventos, obstruir os planos de seus adversários, demolir absoluta e completamente todos os seus desígnios malignos e pecaminosos e estabelecer Seu Reino na terra.”
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Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.