Virtudes Católicas
Espada de São Pedro
Quando meditamos nos Evangelhos, às vezes, podemos ter impressões contraditórias das pessoas admiráveis que seguiram Nosso Senhor como discípulos de Sua missão como Redentor. Esses homens tiveram reações humanas próprias de nossa natureza quando ela ainda não é domada pela graça, pelos Sacramentos e pela força do Espírito Santo.
De todos os Apóstolos, o mais paradigmático das explosões contraditórias é, sem dúvida, São Pedro. Quando Jesus perguntou aos Seus discípulos: “Mas vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro deu um passo à frente e disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mt 16,15-16) Vê-se o alcance transcendente destas palavras, “o Filho do Deus vivo.” A sua resposta não foi “Deus na Sua glória eterna no Céu,” mas “o Filho do Deus vivo,” Deus que se fez carne e habitou no ventre imaculado de Maria Sua Mãe e não nos deixou mais abandonados e sozinhos nesta Terra.
Jesus, transbordando de amor, respondeu: “Bendito és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai que está nos Céus.” (Mt 16,17)
Logo depois, Jesus falou de Sua Paixão e Pedro, aproveitando sua primazia sobre os Apóstolos, decidiu dar conselhos ao “Filho do Deus vivo,” dizendo-lhe para não ir a Jerusalém para sofrer Sua Paixão. Nosso Senhor o rejeitou, dizendo: “Arreda, Satanás, tu és um escândalo para mim, porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as coisas que são dos homens.” (Mt 16,23)
Podemos imaginar a reação humana de São Pedro, que seria exatamente como a nossa: “Bem, eu estava apenas tentando ajudar.” “Não tenho certeza de como tudo isso vai acabar, e estou preocupado, pois abandonei meu barco e meus negócios na Galileia para segui-Lo...” Isso se parece muito com nossas reações: quando inspirados pela graça, somos leões na fé. Quando desafiados pelos infortúnios do mundo, nos tornamos pequenos ratos covardes.
Na Última Ceia, quando Jesus em sua grandeza e humildade começou a lavar os pés dos Apóstolos, Pedro protestou magnanimamente: “Tu nunca me lavarás os pés.” Jesus o repreendeu paternalmente: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo.” Então Pedro, sempre superlativo, disse: “Senhor, não somente os meus pés, mas também as minhas mãos e a minha cabeça.” (Jo 13,8-9)
E quando Jesus começou a descrever Sua Paixão, São Pedro proclamou: “Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão como para a morte.” Foi então que ele recebeu a triste notícia de que o negaria. De fato, Nosso Senhor disse: “Eu te digo, Pedro, o galo não cantará hoje, até que três vezes negues que me conheces.” (Lc 22,33-34)
Agora, nessa gangorra de contradições, podemos fazer uma observação bastante legítima. A graça e a natureza ainda estavam lutando naquela fase da vida de São Pedro. Seus grandes impulsos de coragem humana poderiam facilmente ser substituídos por atos de medo e covardia.
Esmagado pela perspectiva de uma derrota após testemunhar Nosso Senhor sofrer no Jardim das Oliveiras, ele, junto com São João e São Tiago, se deixaram cair no sono do medo e do desespero. Mas quando os soldados armados vieram para aprisionar o Senhor, Pedro pegou sua espada e cortou a orelha de Malco. Ele provavelmente teria continuado aquela escaramuça se não tivesse sido impedido de fazê-lo por Jesus. Naquele momento, ele queria morrer por Nosso Senhor. Logo, mais tarde naquela mesma noite, ele O negaria...
O contraditório São Pedro às vezes era um herói ou pelo menos um fanfarrão, outras vezes um covarde...
E assim também somos nós. A Santa Igreja Católica – o Corpo Místico de Cristo – é atacada: somos movidos a defendê-la com todo o nosso amor e coragem. Mas a obstinação dos maus, as dissensões que dividem os bons na Igreja, a tibieza e as omissões de nossos irmãos na fé drenam nossas energias vitais.
Os inimigos da Fé Católica nunca dormem. Eles aumentam as divisões; eles nos induzem a seguir líderes traidores; eles nos induzem a concordar ou ser tolerantes com as falsas religiões.
Mas o pior ataque consiste em criar uma atmosfera de euforia para aproveitar a vida e seus prazeres. Nesse ambiente otimista, a essência da realidade se torna prazer. Quando alguém está imerso nessa atmosfera, o Evangelho de Nosso Senhor parece algo distante e abstrato; tudo o que é católico parece tedioso e obsoleto. Quanto mais aderimos à Revolução, mais tudo o que é ruim parece brilhante e encantador e tudo o que é católico parece maçante e chato.
Como contra-atacamos essas agressões do diabo, do mundo e da carne?
Nosso Senhor nos disse para sermos vigilantes e orarmos para não cairmos em tentações. Como podemos ser vigilantes? Devemos analisar cada uma dessas agressões e contra-atacar com meios naturais e sobrenaturais.
Deixe-me aprofundar mais. Como os inimigos da Igreja tentam dividir os bons e induzi-los a seguir líderes traidores?
Considero os bons os contrarrevolucionários, isto é, os tradicionalistas que são inspirados não apenas a retornar ao passado, mas a construir uma nova civilização no futuro.
São aqueles católicos que sentem um chamado para seguir esse ideal quando entram na luta com as melhores intenções. Eles se encontram em um campo fragmentado onde os verdadeiros contrarrevolucionários se misturam com conservadores semiprogressistas, tradicionalistas comprometidos e sede-vacantistas de diferentes matizes que tendem a estabelecer “igrejas” separadas que na prática são novas seitas protestantes sem o nome.
Os inimigos, isto é, os progressistas, intensificam as divisões entre essas correntes na tentativa de impedir que os verdadeiros contrarrevolucionários tenham sua voz ouvida pela opinião pública. Além disso, eles multiplicam as falsas lideranças para confundir as boas bases e impedi-las de encontrar uma orientação católica autêntica.
No Jardim das Oliveiras, São Pedro cortou a orelha de Malco; Nosso Senhor curou sua orelha e o soldado se converteu. O golpe de São Pedro foi, portanto, instrumental para trazer aquele homem à verdadeira Fé.
Podemos pedir a São Pedro que use sua espada novamente para cortar as orelhas daqueles que querem aprisionar a Santa Madre Igreja – progressistas, falsos direitistas e sede-vacantistas – para que eles também possam se converter e retornar à verdadeira Fé. Que São Pedro também use sua espada de cura de ouvidos não para cortar, mas para abrir os ouvidos das boas bases para que eles possam discernir a voz dos verdadeiros católicos contrarrevolucionários.
'Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja'
Jesus, transbordando de amor, respondeu: “Bendito és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai que está nos Céus.” (Mt 16,17)
Logo depois, Jesus falou de Sua Paixão e Pedro, aproveitando sua primazia sobre os Apóstolos, decidiu dar conselhos ao “Filho do Deus vivo,” dizendo-lhe para não ir a Jerusalém para sofrer Sua Paixão. Nosso Senhor o rejeitou, dizendo: “Arreda, Satanás, tu és um escândalo para mim, porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as coisas que são dos homens.” (Mt 16,23)
Podemos imaginar a reação humana de São Pedro, que seria exatamente como a nossa: “Bem, eu estava apenas tentando ajudar.” “Não tenho certeza de como tudo isso vai acabar, e estou preocupado, pois abandonei meu barco e meus negócios na Galileia para segui-Lo...” Isso se parece muito com nossas reações: quando inspirados pela graça, somos leões na fé. Quando desafiados pelos infortúnios do mundo, nos tornamos pequenos ratos covardes.
Na Última Ceia, quando Jesus em sua grandeza e humildade começou a lavar os pés dos Apóstolos, Pedro protestou magnanimamente: “Tu nunca me lavarás os pés.” Jesus o repreendeu paternalmente: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo.” Então Pedro, sempre superlativo, disse: “Senhor, não somente os meus pés, mas também as minhas mãos e a minha cabeça.” (Jo 13,8-9)
‘Nunca lavarás os meus pés’
Agora, nessa gangorra de contradições, podemos fazer uma observação bastante legítima. A graça e a natureza ainda estavam lutando naquela fase da vida de São Pedro. Seus grandes impulsos de coragem humana poderiam facilmente ser substituídos por atos de medo e covardia.
Esmagado pela perspectiva de uma derrota após testemunhar Nosso Senhor sofrer no Jardim das Oliveiras, ele, junto com São João e São Tiago, se deixaram cair no sono do medo e do desespero. Mas quando os soldados armados vieram para aprisionar o Senhor, Pedro pegou sua espada e cortou a orelha de Malco. Ele provavelmente teria continuado aquela escaramuça se não tivesse sido impedido de fazê-lo por Jesus. Naquele momento, ele queria morrer por Nosso Senhor. Logo, mais tarde naquela mesma noite, ele O negaria...
O contraditório São Pedro às vezes era um herói ou pelo menos um fanfarrão, outras vezes um covarde...
E assim também somos nós. A Santa Igreja Católica – o Corpo Místico de Cristo – é atacada: somos movidos a defendê-la com todo o nosso amor e coragem. Mas a obstinação dos maus, as dissensões que dividem os bons na Igreja, a tibieza e as omissões de nossos irmãos na fé drenam nossas energias vitais.
São Pedro corta a orelha de Malco
Mas o pior ataque consiste em criar uma atmosfera de euforia para aproveitar a vida e seus prazeres. Nesse ambiente otimista, a essência da realidade se torna prazer. Quando alguém está imerso nessa atmosfera, o Evangelho de Nosso Senhor parece algo distante e abstrato; tudo o que é católico parece tedioso e obsoleto. Quanto mais aderimos à Revolução, mais tudo o que é ruim parece brilhante e encantador e tudo o que é católico parece maçante e chato.
Como contra-atacamos essas agressões do diabo, do mundo e da carne?
Nosso Senhor nos disse para sermos vigilantes e orarmos para não cairmos em tentações. Como podemos ser vigilantes? Devemos analisar cada uma dessas agressões e contra-atacar com meios naturais e sobrenaturais.
Deixe-me aprofundar mais. Como os inimigos da Igreja tentam dividir os bons e induzi-los a seguir líderes traidores?
Considero os bons os contrarrevolucionários, isto é, os tradicionalistas que são inspirados não apenas a retornar ao passado, mas a construir uma nova civilização no futuro.
Os inimigos, isto é, os progressistas, intensificam as divisões entre essas correntes na tentativa de impedir que os verdadeiros contrarrevolucionários tenham sua voz ouvida pela opinião pública. Além disso, eles multiplicam as falsas lideranças para confundir as boas bases e impedi-las de encontrar uma orientação católica autêntica.
No Jardim das Oliveiras, São Pedro cortou a orelha de Malco; Nosso Senhor curou sua orelha e o soldado se converteu. O golpe de São Pedro foi, portanto, instrumental para trazer aquele homem à verdadeira Fé.
Podemos pedir a São Pedro que use sua espada novamente para cortar as orelhas daqueles que querem aprisionar a Santa Madre Igreja – progressistas, falsos direitistas e sede-vacantistas – para que eles também possam se converter e retornar à verdadeira Fé. Que São Pedro também use sua espada de cura de ouvidos não para cortar, mas para abrir os ouvidos das boas bases para que eles possam discernir a voz dos verdadeiros católicos contrarrevolucionários.
Postado em 21 de outubro de 2024